sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Arquiteturas Pedagógicas...PA...realidade

Estamos cada vez mais próximos de vivenciarmos o estágio e neste semestre, podemos pensar mais profundamente em como iremos conduzir esse momento do curso. Com o Trabalho de Arquiteturas Pedagógicas, que como o nome sugere, vai mostrar como iremos “montar”,ou melhor, em cima de que base construiremos a forma como vamos trabalhar em nossa sala de aula, refletimos bastante sobre nossas escolhas pedagógicas.
Escolhemos o PA, por nos convencermos de que, entre tantas possíveis formas de se trabalhar, ele se mostra uma forma muito mais democrática, onde todos participam da construção do conhecimento.
Embora acredite nos benefícios do trabalho com PA, sinto-me aflita e insegura em trabalhar dessa forma em meu estágio, que já está tão próximo, pois esbarramos em muitas dificuldades, desde o medo de trabalhar com algo diferente, ainda mais se tratando de crianças pequenas, como será o meu caso, pois tenho uma turma de alfabetização, 2º ano. Além disso, esbarramos em dificuldades que não dependem de nossa vontade, como o fato de nossa escola não contar com muitos recursos que facilitariam o desenvolvimento do PA, como o grande número de alunos por turma, a falta de uma orientação educacional, falta de biblioteca de laboratório de informática, como exemplos.
Também estamos vivenciando um momento nada democrático no jeito de governar em nossa estado, o que afeta bastante a nossa escola, sabendo que esta pertence a rede estadual de ensino. A secretaria de educação está pressionando as escolas a aderirem a programas de alfabetização, comprados (Como exemplo os do Instituto Ayrton Senna), o que tira completamente a autonomia do professor e que além disso, na minha opinião o torna um mero executor de aulas prontas, sem nelas colocar a sua visão de mundo.
Enfim, penso que o desafio será grande e que teremos que ter muita perseverança e nos empenhar o máximo e sobretudo, acreditar em nossa capacidade.

EJA - Pesquisa em grupo


Quero registrar aqui nossas conclusões sobre o trabalho realizado na Interdisciplina de EJA que nos auxiliou a compreender melhor a realidade da Educação de Jovens e Adultos em nossa região.

Os jovens e adultos freqüentadores da EJA são indivíduos que estão em busca de uma graduação que lhes certifique a possibilidade de obter uma vaga mais segura no mercado de trabalho existente.
Apresentam uma grande vontade de superar os obstáculos encontrados no trabalho realizado durante o dia, ou na falta dele, para se fazerem presentes às aulas noturnas.
São ingênuos em sua visão de mundo, já que não conseguem vincular suas impossibilidades de prosseguirem os estudos escolares com o processo social que é excludente.
São excluídos, portanto, do acesso aos bens educacionais e culturais.
Apresentam vínculos fortes com a família de origem.
São alunos jovens, que em termos de quantidade já começam a superar a participação dos adultos.
A escola tem se utilizado de metodologias que se assentam em princípios apassivadores desses indivíduos.
Existe uma mera transposição das metodologias utilizadas no ensino regular para os alunos da EJA.
Não conseguem encontrar motivação suficiente na escola, para prosseguirem seus estudos.

Filme Menino Selvagem

Assistindo ao filme, "O menino Selvagem" pude fazer várias ligações com as condições de uma criança surda, quando chega numa escola regular. Esta criança vive no seu mundo, de certa forma, pois dentro da sua família, as configurações são diferentes da escola. Quando esta criança chega na escola, ela se sentirá insegura e vai reagir da sua maneira, do jeito que pode se comunicar e quem estiver ao seu redor, o professor, principalmente, precisa ter muito tato, para chegar nessa criança e aos poucos criar uma relação com ela, de confiança, carinho e entendimento. No caso do filme a situação era extrema, pois se tratava de uma criança selvagem, que não tinha nenhum hábito da civilização de sua época, além disso naquela época ainda não existiam todos os conhecimentos que existem hoje. Pensando numa situação atual, podemos imaginar que uma criança que chega em nossa sala de aula, vai sentir-se perdida, pois terá que interagir com um mundo que não conhece, terá que aprender regras de convívio que muitas vezes não está habituada.
No filme, o professor Itard e a governanta, demonstraram muita dedicação e carinho com o menino, mesmo com a incredibilidade de muitos e com seu próprio desânimo, muitas vezes demonstrado, ele superou e perseverou no seu objetivo, acreditando que todo ser humano tem condições de aprender, se forem oferecidas oportunidades, dessa forma, no seu ritmo, o menino foi mostrando progressos e respondendo a estímulos.
Dessa mesma forma, muitas vezes temos alunos que precisam de nossa dedicação extrema, pois por vários motivos necessitam de mais estímulos para conseguirem relacionar a sua realidade com o mundo, entenderem sua inserção na sociedade, não apenas alunos surdos, que é o caso que tratamos aqui.
A maneira como o professor Itard “trabalhou” com o menino, me chamou atenção, claro que ele não acertou sempre, mas as técnicas que utilizava eram sempre pensadas a partir do entendimento de que ele precisava de formas diferentes para chegar naquela criança, ou seja, ele percebia que para que aquele menino aprendesse seria preciso maneiras diferentes das tradicionais daquela época. E nas vezes que seus procedimentos não “saíam” como o esperado, ele usava isso para reavaliar seu trabalho e pensar em outras maneiras de agir.
No geral, o filme nos faz refletir em como a visão que se tinha sobre os sujeitos surdos mudou, claro que ainda existe preconceito e muita desinformação por parte da sociedade, mas aos poucos essas limitações estão sendo vencidas e com o tempo, talvez, teremos uma sociedade onde todos sejam igualmente respeitados, tendo as mesmas oportunidades, com os mesmos direitos assegurados e podendo exercer a cidadania com consciência.

Avaliação na minha prática docente

Trabalho com uma turma de segundo ano e procuro avaliar meus alunos durante todo o processo ensino-aprendizagem, utilizando recursos variados, não faço provas, pois acredito que não são necessárias, pois podemos perceber os avanços dos alunos em diversos momentos em sala de aula. Levo em consideração o relacionamento com os colegas, mudanças de atitudes, participação, compromisso e a evolução na aprendizagem, por exemplo, na questão da alfabetização procuro observar constantemente em que nível de escrita meus alunos se encontram para o planejamento de atividades. Procuro utilizar a avaliação para repensar meu trabalho e traçar novos caminhos. Em nossa escola utilizamos apenas o parecer descritivo, o que facilita uma avaliação mais mediadora, pois propicia uma visão mais ampla do aluno, não apenas de sua evolução na aquisição de conhecimento, mas sua participação, seu comportamento, suas atitudes. Porém, penso que se as palavras não forem usadas de maneira bem pensada elas também podem servir para classificar o aluno, para isso é preciso que sejam definidos critérios bem claros. Ainda não é oportunizado que os alunos também avaliem o processo ensino-aprendizagem. Acredito que para aperfeiçoar nossa prática quanto à avaliação é necessário enxergar meu aluno como um ser único e não compará-lo a um ideal, o professor deve perceber o seu crescimento individual, utilizar a avaliação para perceber o seu trabalho e traçar novos rumos, fazendo com que a avaliação seja contínua, participativa e construtiva, desse modo, com certeza teremos professores e alunos mais felizes.

A postura ética do professor frente à avaliação

Vemos que muitos professores não conhecem o verdadeiro papel da avaliação, muitos se autodefinem antitradicionais, porém, na prática, não é isso que acontece, ainda são aplicadas provas em fins de trimestre, que servirão de base para classificar os alunos, dessa forma o professor deixa de assumir uma postura ética, pois não respeita o aluno como um ser humano, tirando-lhe o direito de entender esse processo, fazendo com que muitas vezes o aluno sinta-se inferior, sem capacidade. Sabemos que o papel do professor na mudança da prática avaliativa é fundamental e que uma mudança de postura e de comportamento não é fácil, pois são muitos os problemas enfrentados na realidade escolar das escolas públicas (principalmente), mas é necessário que haja uma conscientização e comprometimento especial por parte do professor para que aconteçam as mudanças necessárias na forma de avaliar.

Avaliação "Classificatória" X "Mediadora"

De acordo com o texto,“O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar” a avaliação classificatória não é contínua, acontece em épocas distintas, apenas classifica e rotula os alunos, não serve para repensar o trabalho, mas apenas para verificar se o aluno sabe o conteúdo ou não, ou seja, não está de acordo com os pressupostos reais da avaliação, apenas o professor decide os critérios. A avaliação mediadora ocorre durante todo o processo ensino-aprendizagem, serve para diagnosticar e repensar o trabalho, entende o aluno como um ser único e não o compara há um modelo idealizado, mas acompanha o seu crescimento, além disso ela é democrática, pois todos devem participar das decisões de seu processo.
A avaliação recebe uma visão reducionista quando é pensada como momentos estanques de medição de conhecimento, deixando de lado sua função diagnosticadora, onde apenas a capacidade de memorização é valorizada, quando apenas um instrumento de avaliação é utilizado (geralmente provas ou testes) e também quando é levado em conta apenas o rendimento final do aluno, como se a aprendizagem não fosse um processo contínuo. O aluno não é visto como um todo integrado e seu crescimento não é valorizado.
A avaliação recebe uma visão unilateral quando apenas um dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem é avaliado, neste caso o aluno. Apenas o professor detém o poder de verificar o rendimento dos alunos, não oportunizando que todos possam pensar sobre as dificuldades, o trabalho realizado e apontar soluções. Está visão é autoritária e anti-democrática. O ideal seria que todos pudessem participar do processo avaliativo, não só na avaliação dos alunos, mas dos professores e da escola.

Respeito

Infelizmente ainda existem poucas pessoas surdas trabalhando em escolas, como foi visto e a grande maioria dos professores ouvintes não possui conhecimento em LIBRAS, assim, percebemos que as escolas ainda não estão realmente preparadas para receberem alunos surdos, com condições de oferecer as mesmas oportunidades que aos alunos ouvintes.
Em algumas escolas públicas existem intérpretes, o que é muito bom, pois assim os alunos surdos tem condições de “acompanhar” as aulas e de ter alguma interação com o grupo, porém, penso que apenas esse recurso não traz possibilidades de reais trocas e de desenvolvimento para o aluno surdo. Seria interessante que ele pudesse conviver de maneira mais livre sem depender de alguém para se comunicar. Deveriam existir mais professores surdos nas escolas, pois seriam tidos como referências para os alunos perceberem que podem chegar aonde quiserem, além disso a escola deveria oferecer atividades que promovessem encontros de surdos, para que estes pudessem exercer o convívio com a comunidade surda, conhecer sua cultura própria e poder aprimorar sua língua, a LIBRAS. Penso que seria interessante se a LIBRAS fosse oferecida nas escolas como opção de uma segunda língua para os alunos ouvintes, inclusive o alfabeto em libras deveria ser ensinado desde cedo para as crianças, do mesmo modo que para os alunos surdos o Português aparece como segunda língua.
Trabalho em uma escola pública estadual e percebo que as escolas estaduais são as que menos oferecem recursos extras para facilitar a aprendizagem, não apenas para alunos surdos, ou de inclusão, mas para todos os alunos. Há uns 5 anos atrás uma menina surda foi aceita em nossa escola, na quarta série do ensino fundamental, a professora que era ouvinte, não tinha intérprete e não dominava LIBRAS, a menina conseguia entender a aula porque já sabia ler e escrever e porque conseguia decifrar o que falavam (algumas coisas) através da leitura dos lábios (oralismo), imagino como não era frustrante para essa menina não poder se comunicar com seus colegas e também angustiante para a professora, por se sentir de mãos amarradas.
Os professores necessitam obter mais conhecimento sobre a identidade surda, sua história e sua língua para que possam trabalhar de uma forma que respeite as diferenças, proporcionando condições para que todos tenham as mesmas oportunidades.

PA com os pequenos...

Projetos na Educação Infantil e nos Anos Iniciais? Quais?
Penso que o trabalho com projetos pode ser desenvolvido com diferentes faixas etárias, observando sempre com que turma estamos trabalhando e que interesses esses alunos tem. Na educação infantil e séries iniciais, o professor precisa encontrar maneiras de abrir a discussão sobre um assunto, usando passeios, filmes, histórias, músicas ou jogos, por exemplo, ter paciência para deixar que os alunos expressem suas dúvidas e certezas sobre os assuntos e também para que tirem suas conclusões. Com os menores é preciso sempre utilizar bastante material concreto, ilustrações e atividades lúdicas, para que despertem o gosto das crianças, ou seja é necessário encontrar maneiras para que possam expressar o que sabem e o que estão descobrindo, dessa forma podem estar sempre interagindo na construção de suas aprendizagens.

Pontos relevantes do trabalho com Projetos

Gostaria de destacar alguns aspectos que considero positivos no trabalho com projetos:

  • A aprendizagem parte da curiosidade dos alunos pelo tema, como também das suas hipóteses (que podem se confirmar, descartar ou aprimorar), frente ao tema escolhido;
  • O aluno participa de todas as etapas, sendo assim autor de sua aprendizagem, percebendo o poder de sua autonomia na busca pelo conhecimento;
  • Permite que o professor avalie e recrie constantemente seu trabalho, buscando inovações;
  • Estabelece uma relação muito mais flexível com os conteúdos escolares, permitindo uma estruturação mais aberta;
  • Os conteúdos escolares relacionam-se com as vivências dos alunos, conferindo às aprendizagens utilidade;
  • O conhecimento é democrático, ou seja, o professor não é mais o “dono do saber”, mas sim um facilitador, que apresenta os recursos necessários para a busca dos conhecimentos, questiona e permite a interação constante da turma;
  • O trabalho com Projetos permite uma visão cooperativa da aprendizagem, ensinando princípios de convívio em sociedade através da vivência.

Reflexão sobre o PA

Nos auxiliou numa melhor compreensão de um PA, de sua organização, suas possibilidades, como também vimos que realmente através da interação do grupo, das trocas de ideias, seja uma maneira de construção de conhecimento, pois a troca de informações proporciona a possibilidade de enriquecer tanto o trabalho em questão, uma vez que são várias possibilidades de respostas, quanto os sujeitos que constituem o grupo, já que ao respeitar a opinião do outro estou trabalhando em mim valores como humildade e respeito, além de poder pensar em algo que talvez não tivesse pensado, ou seja, é um trabalho que também possibilita a aprendizagem em seu sentido mais amplo, pois além de tentar responder, há de se considerar o que o outro pensou e o que o levou a pensar assim. Por outro lado achamos que foi um trabalho cansativo e repetitivo. Talvez se tivéssemos debatido de outra forma, que não fosse através do pbwork, teria sido algo mais dinâmico.
Em qualquer situação da vida a aprendizagem se dá através da interação com o outro, isso é constante. Esta troca de idéias pode intensificar ampliar, modificar, pôr em dúvida, e é aí que se faz o processo de aprendizagem. Às vezes me parece que rotulamos as tarefas como sendo em grupo ou individual, mas mesmo sendo individual, buscamos a aprendizagem naquilo que outros redigiram ou pensaram, tiramos nossas dúvidas com aquele que a causou, e ao final nossas próprias conclusões, com concordâncias ou discordâncias. Do mesmo modo tem procedência o trabalho em grupo, porém são mais opiniões para lidarmos, e no caso, difere do trabalho individual, porque não interagimos com um filósofo que escreveu tal texto, e sim com o que acreditamos nossas visões e técnicas de busca de conhecimento, ou o modo como vamos solucionar os problemas. Somos todos aprendentes, às vezes causando certos conflitos entre os membros do grupo, ainda mais entre professores, que no caso partem na busca da aceitação de suas idéias, ao mesmo tempo somos adultos e refletir sobre nossa maturidade ou imaturidade perante os desafios propostos pelo trabalho é muito importante para o bom entendimento do grupo.

Diálogo...Base para os temas geradores

Quando lemos uma obra de Paulo Freire imediatamente nos sentimos motivados, pois sentimos o quanto este educador amava o que fazia, na defesa de suas idéias podemos sentir a sua vontade de transformar o mundo.
Paulo Freire nos fala da importância de uma educação baseada no diálogo, onde não existe uma hierarquia de idéias, ou seja, onde as idéias não são vistas como certas ou erradas,melhores ou piores, mas como diferentes e paralelas. Propiciando a todos a percepção de que todos temos conhecimentos e que estes se influenciam e se modificam através das trocas, diálogos.
Nos diz também que o professor necessita ter humildade para poder dialogar com seus alunos, não impor suas idéias como sendo corretas, impondo seus valores acreditando que são melhores, mas compreendendo as diferenças entre cultura e visão de mundo que existem entre todos, de acordo com suas vivências, tempo e espaço em que estão inseridos.
Freire condenava a “educação bancária”, onde o professor deposita o seu conhecimento e impõe a sua cultura, desconsiderando a história de vida de seus alunos, sua visão de mundo e seus conhecimentos.
Defende que o professor deve unir-se aos alunos para buscar com eles o saber e a transformação da realidade, partindo do diálogo, para que a partir desta relação os diálogos tornem-se críticos. Assim, dizia que as aulas deviam acontecer sempre a partir de diálogos, onde os educandos expressassem suas visões, seus conhecimentos, desse modo o educador-educando poderia conhecer a realidade de seus alunos e a partir daí propor os temas a serem discutidos, fazendo com que os alunos refletissem sobre esses temas e se percebessem como sujeitos históricos capazes de, através da força de sua palavra, modificar sua realidade. Os temas geradores, defendidos por Paulo Freire tem esse princípio, de surgir através de diálogos entre educadores e educandos, onde todos possam expressar suas visões e percepções e trocarem conhecimentos, fazendo com que a aprendizagem esteja em permanente recriação
”A educação autêntica, repitamos, não se faz de A para B ou de A
sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo. Mundo que
impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou pontos de
vista sobre ele. Visões impregnadas de anseios, de dúvidas, de
esperanças ou desesperanças que implicitam temas significativos, à base
dos quais se constituirá o conteúdo programático da educação.” FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In: _____. Pedagogia do Oprimido. 40ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. p.89-101:

Sujeitos da construção do conhecimento

Não tenho experiência na prática pedagógica com jovens e adultos, conheço um pouco desta realidade por ter uma colega que trabalha com uma turma de EJA, e agora, com as leituras, discussões e reflexões que pude realizar durante este semestre nesta interdisciplina. Penso que para trabalhar com alunos jovens e adultos, ou seja, “não-crianças” é necessário estar muito ciente de toda a história que esse aluno traz, pois tratam-se de pessoas que tem histórias de vida bastante distintas e com todas as demandas que a vida adulta lhes impõe.
Assim, acredito que o professor de EJA necessita ter um perfil apropriado para conduzir esse trabalho, é necessário muito mais que saber “ensinar”, é preciso trabalhar de um modo que o aluno sinta-se parte do processo de aprendizagem, entendendo o seu poder na sociedade em que vive, ou seja resgatar sua auto-estima, para que ele acredite em si mesmo e que muito mais que querer aprender, pode também buscar seus conhecimentos, construí-los. O aluno adulto em especial, pois pode sentir-se inferior aos outros por não ter estudado na época certa e por acreditar que tem menos capacidade que as outras pessoas, é preciso, então que o professor propicie momentos de reflexão sobre a sociedade em que eles vivem, momentos em que possam mostrar as suas leituras de mundo, as suas histórias de vida e também oportunidades de conhecer visões diferentes da sua, para que assim, a partir dessas interações possam construir novas aprendizagens. Encontramos dois tipos de aluno no EJA, os jovens, que muitas vezes desistem por ainda não enxergar os estudos como forma de melhoria de suas condições de vida, ou por terem outros interesses e o aluno adulto que pode procurar o estudo por vários motivos, como a oportunidade de conseguir um emprego melhor, ou manter o seu e também como forma de sentir-se mais independente na sociedade, de ter poder total sobre a sua vida sem depender de outros para poder comunicar com o mundo letrado. Especialmente os alunos adultos encontram muitas dificuldades em ingressar ou continuar seus estudos, por vários motivos, muitos não voltam a estudar por vergonha, por sentirem-se muito velhos para estarem freqüentando a escola, sendo que essa é vista como local destinado a crianças, ou por medo de não conseguirem aprender, sentindo-se inferiores as outras pessoas, afinal a escola tem uma linguagem própria, como nos diz Marta Kohl de Oliveira e nem sempre os alunos estão apropriados dessa linguagem e sentem-se excluídos. Muitos participam ativamente da vida em comunidade, porém sentem-se excluídos por não conseguirem ler. Sabemos também que a grande maioria destes alunos precisa trabalhar durante o dia, para sobreviverem e manterem suas famílias, o que também tende a desmotivá-los a freqüentar a escola, pois além do cansaço físico, geralmente a escola não oferece a motivação necessária para que sintam prazer em estudar e continuar nos estudos.
A escola precisa estar atenta para as realidades desses alunos para que possa trabalhar de uma maneira que motive esses alunos a continuarem estudando e perceberem que é uma grande conquista estarem estudando e uma forma de crescerem enquanto seres humanos e cidadãos.

Um jeito diferente de comunicação

Lendo o conteúdo da unidade 1 e pesquisando na internet sobre comunidades surdas (http://comunidadesurda.blogspot.com ) , percebi que os surdos possuem uma cultura própria, difereciada da cultura dos ouvintes. Tive pouco contato com pessoas surdas, uma vez na escola em que trabalho, uma aluna de uma colega era surda, e lembro de um tio de meu pai que tinha deficiência auditiva, não dominava a libras. Penso que a pessoa surda deve ser respeitada acima de tudo, não ser vista como “coitada” ou impossibilitada de qualquer coisa. É preciso que tenham os direitos enquanto cidadãos garantidos, assim como qualquer outra pessoa. Também é preciso que não sejam vistos como menos inteligentes ou desentendidos, pois como qualquer outra pessoa interagem com a realidade, com o mundo e com as pessoas, diferenciando, apenas na forma como essa comunicação é feita.
Para que a comunicação com uma pessoa surda seja baseada no respeito, é preciso despir-se de preconceitos e ter algumas informações sobre a cultura surda e também conhecer o básico da Língua de sinais, no caso a LIBRAS. Penso ser essencial conhecer um pouco da história dos surdos, da discriminação que já viveram e que infelizmente ainda vivem e entender que são pessoas com as mesmas possibilidades que todos, desde que tenham seus direitos de cidadãos respeitados.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

EJA...aberto para o diálogo.

Paulo Freire foi o grande teórico da educação no Brasil; imprimiu ao conceito de alfabetização a noção libertária da palavra. A palavra como instrumento de poder e libertação das relações que escravizam o ser humano. A apropriação da palavra é tão importante porque permite ao ser humano acessar todo o conhecimento já acumulado pela humanidade e frente a ele, exprimir a sua própria palavra, ou seja, escolher, dentre todo o conhecimento aquilo que pode beneficiar a todos, e não só a uma minoria. Permite compreender que através da linguagem se pode elevar ou destruir a identidade individual ou de grupo. O poder da palavra reflete-se na possibilidade do despertar da consciência enquanto ser coletivo, de alavancar o empoderamento de si mesmo e consequentemente de todos os que buscam o objetivo da igualdade, da fraternidade, dos que lutam por mais justiça em todas as relações dentro da sociedade.Na escola, somente uma pedagogia que não reproduza o autoritarismo pode encontrar campo de acolhimento por parte daqueles que tem o desejo de serem ouvidos. Nesse momento o professor encontra seu papel de orientador, colaborador e igual, enquanto indivíduo que também precisa falar de si. Talvez nesse espaço de troca possa ser proposta uma visualização de novas forma de relações sociais, que sejam aceitas por que dizem respeito ao que foi expresso por todos.

Múltiplas Linguagens

Existem muitas maneiras de falar e escrever, que vão depender da cultura, faixa etária, sexo, assunto e finalidade. Por exemplo, se vamos escrever um bilhete para alguém da família ou um amigo, usaremos uma linguagem mais informal, mas se vamos escrever um trabalho, aí sim usaremos uma linguagem muito mais elaborada, pensada. Temos vários modos de usar a expressão escrita e falada, pois a linguagem não é algo mecânico, estático, ela é constantemente modificada. É importante, mostrar aos alunos essas diferenças, fazer com que percebam os diversos modos em que a fala e a escrita são usados, para isso é necessário utilizar diferentes portadores de escrita e analisar em quais contextos estes foram utilizados, é preciso também valorizar o modo de expressão dos alunos, para que possam sentir-se participantes da construção de novos jeitos de falar e escrever.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Entre os muros da escola

Assistindo ao filme, pude refletir sobre diversas situações que já aconteceram em minha vida, tanto como aluno, quanto professora. Foi possível perceber em todo o filme a postura do professor e de toda a escola, de pensamentos rígidos e imutáveis, ignorando as diferenças culturais existentes entre os alunos. O filme veio muito de encontro com a temática do PEAD no semestre, pois aborda vários conceitos que discutimos nas interdisciplinas. A questão étnico-racial, por exemplo, através do filme, podemos ver como atitudes do professor podem fazer a diferença na construção da visão dos alunos, pois o professor também tem interiorizados preconceitos e se não souber se livrar deles pode reforçar atitudes preconceituosas na sala de aula. E para que os alunos sintam-se igualmente importantes, é preciso que toda forma de preconceito seja extinta e para isso todas as culturas devem ser trabalhadas e valorizadas. Outro ponto que foi bastante discutido é a questão dos princípios morais e da educação para a paz, que também podemos identificar no filme, através das atitudes do professor, sempre confrontando-se com os alunos, ora se queremos educar nossos alunos para a paz, é necessário que tenhamos em nossas aulas atitudes de cooperação e respeito com nossos alunos, é preciso enxergá-los como seres humanos, respeitá-los para que se sintam importantes e possam pensar sobre sua realidade para agir nela. Sabemos que nossos alunos encontram-se em níveis diferentes de desenvolvimento e que cada um tem o seu tempo, é preciso respeitar essas diferenças e planejar de forma que elas sejam respeitadas. Para tanto é preciso que a escola e os professores reflitam sobre sua forma de organizar as aulas, pois para que tenhamos uma educação onde todos sejam respeitados, conceitos arraigados precisam ser revistos, fazendo com que a escola seja um ambiente onde todos são vistos de forma igual, e todos sejam igualmente importantes no processo da aprendizagem. A sala de aula um local onde o professor valorize os alunos, para que estes se sintam importantes, participando cada vez mais ativamente. Penso que com esta atitude de respeito e valorização pelos alunos, estaremos contribuindo para a formação de pessoas que saibam conviver em paz na sociedade, aprendendo a resolver os conflitos através de debates e trocas de idéias.

Estágios do Desenvolvimento segundo Piaget.

“A partir dos primeiros reflexos com os quais a criança é dotada ao nascer, vai se construindo, pouco a pouco, em interação com o meio, as condições necessárias para todas as posteriores conquistas cognitivas.” (O nascimento da inteligência na criança, Piaget)
Piaget dividiu os períodos de desenvolvimento epistemológico em Sensório-motor, Pré-operatório, Operatório concreto e Operatório-formal, cada um desses estágios é caracterizado por diferentes modos de organização do pensamento que determinam a maneira do indivíduo se relacionar com o mundo que o cerca.
As idades em que cada período ocorre são bastante variáveis, pois devido ao meio social e experiências anteriores, elas podem ocorres em idades cronológicas diferentes. Porém todo indivíduo vivencia as quatro fases sempre na mesma ordem de sucessão, sendo que as estruturas construídas num período se tornam parte integrante das estruturas do período seguinte.
Enfim, serão as características cognitivas que mostrarão em que período de desenvolvimento o indivíduo se encontra.

Caracterização de cada período:

Sensório-motor: Nessa fase, as crianças adquirem a capacidade de controlar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.
Exemplo: Quando brincamos com um bebê, sua reação mostra que ele quer a repetição daquela ação.
Pré-operatório: caracteriza-se pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa. É a fase dos “por quês”. O pensamento é marcado pela intuição, pela percepção imediata da realidade e não pela lógica, a qual, muitas vezes leva a soluções incorretas de problemas.
Posso observar exemplos dessa fase em meus alunos, em várias situações, como quando perguntam onde devem escrever quando acaba a folha do caderno, ou em situações onde não pensam no que seria melhor para todos e sim, somente para eles, como quando pegam a merenda de um colega sem pedir.
Operatório-concreto: tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. A lógica surge nos processos mentais e a habilidade de separar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número. Ainda depende do concreto pra chegar à abstração.
Essa fase, posso exemplificar observando meu filho, pois já domina bem a noção de número, medidas em geral, bem como a noção de tempo.

Operatório-formal: Em termos cognitivos, essa fase marca a entrada na vida adulta . O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses.

Sobre a Inclusão...

Outra questão há ser pensada no que se refere à inclusão, é o modo como estão sendo pensadas e dirigidas as políticas educacionais. Percebemos um distanciamento da obrigação do estado para com a educação, são empregados cada vez menos recursos e vemos também um aumento em avaliações, que tem a finalidade de avaliar a educação pública, assim, vemos que o estado está perdendo o papel de provedor, mas continua sendo regulador, como descreve Michels. De acordo com a LDBEN, para que a inclusão aconteça realmente, é preciso alguns recursos, como por exemplo, um trabalho que envolva vários profissionais, o professor capacitado que é quem vai trabalhar diretamente com os alunos e o professor especializado, que é quem vai pensar e planejar atividades a serem desenvolvidas pelo professor capacitado. Prevê também a existência de salas com recursos, para enriquecer o trabalho desenvolvido em sala de aula. O que vemos, no entanto, na realidade da grande maioria das escolas públicas, não está nem perto disso. Nas escolas estaduais, por exemplo, não se consegue nem mesmo um professor a mais para auxiliar na sala de aula onde existam alunos com necessidades físicas, por exemplo. Outro ponto importante é a formação dos profissionais de educação, no Brasil, muitos professores ainda tem apenas o ensino médio, muitos que lecionam disciplinas específicas, não tem a formação adequada. A partir do fim da década de noventa, percebemos um aumento na oferta de cursos de graduação, o que não é garantia total de atualização e aperfeiçoamento da classe, pois muitos são os cursos de qualidade duvidosa, que oferecem um diploma em pouco tempo, com poucas atividades que permitam a reflexão.
Vemos então que são vários os fatores que podem possibilitar que a inclusão realmente aconteça, ou seja, não é apenas seguir regras e métodos, muito mais que isso, é preciso analisar cada situação e pensar nos recursos existentes para que se consiga proporcionar um ambiente educativo onde sejam respeitadas todas as diferenças e que estas sirvam de meio para um enriquecimento, onde todos são contribuintes no processo e não espectadores somente.
Pensar em Inclusão, faz com que nos questionemos como deve acontecer a avaliação, sabemos que é impossível medir o conhecimento, mesmo assim estamos tão presos aos conceitos antigos do que é avaliar e mais presos ainda nas formas de avaliação. A avaliação que acontece nas escolas, ainda serve para quantificar, para mostrar quem sabe mais ou menos. È necessário que essa visão seja completamente modificada, é preciso enxergar cada aluno, o seu crescimento dentro da sua individualidade, pois a escola não pode ser mais uma formatadora de trabalhadores, ela precisa proporcionar o desenvolvimento do ser humano num sentido mais amplo, respeitando as diferenças de cada um. Como fala Ana Carolina Christofari.
“Nossos conhecimentos se tornam saberes quando conseguimos relacioná-los com as nossas experiências construídas nas relações interpessoais e, nesse sentido, qualquer forma de avaliação da aprendizagem dos alunos se torna arbitrária, pois, dificilmente, algum instrumento ou método utilizado para essa ação irá contemplar todas as possibilidades de relações construídas no ato de produção do conhecimento “.
Penso que a avaliação deve acontecer para entender o processo da aprendizagem, ver onde pode ser modificado e não como uma forma de saber se os alunos já sabem ou não, exatamente porque, cada conhecimento só faz sentido para cada indivíduo de acordo com a assimilação que este faz entre os novos conhecimentos e os que já possui.
Frente a essas implicações é preciso que aconteça uma mudança no agir do professor em sala de aula. Esta deve ser um espaço onde exista a troca de idéias, o espaço para o diálogo, o debate, pois somente assim é possível conhecer pontos de vista diferentes do seu. É preciso que o aluno sinta-se parte fundamental do processo de aprendizagem, onde aprende e ensina, assim como o educador também deve perceber-se.

A Escola e as diferenças...

Lendo o texto de Marilene Leal Paré, me senti bastante comovida, pensando em todas as injustiças cometidas contra o povo afro-descendente e as conseqüências que até hoje estão impregnadas na sociedade, através do racismo e dos preconceitos
Minha escola só vai até o quinto ano do ensino fundamental, séries iniciais, portanto, situações de violência em conseqüência de diferença racial , existem, porém é necessário estar muito atenta, pois não são tão perceptíveis e podem passar desapercebidas. Como já narrei em outra atividade, quando realizei em minha sala de aula uma atividade onde os alunos teriam que recortar uma foto de revista de alguém que eles se achassem parecidos, muitos alunos que podem ser considerados pardos recortavam figuras de pessoas loiras o que demonstra bem a visão que eles (as crianças) já tem sobre as etnias raciais,ou seja, querem se parecer com as pessoas brancas, não aceitando a sua cor, mostrando a baixa auto-estima em relação a sua etnia. O professor precisa estar bastante atento para esses acontecimentos, também para situações de discriminação pela cor da pele.
É preciso avaliar como anda a auto-imagem dos alunos afro-descendentes e a imagem que os outros alunos tem deste grupo étnico para traçar linhas de ação, como, debates a partir de situações, histórias, reportagens envolvendo o tema, proporcionar a descoberta da beleza desta cultura e para isso é necessário que o professor esteja bem informado, afinal conhecemos pouco e fomos criados de uma maneira a enfatizar as diferenças de um modo preconceituoso, para isso é necessário despir-se de preconceitos arraigados e buscar novos conhecimentos, para poder, então, explorar as muitas possibilidades de trabalhar com a cultura afro-brasileira .
A escola deve ser um lugar possibilitador desse debate, levando os alunos a refletir sobre as diferenças existentes entre todas as etnias e como cada uma delas tem sua beleza e contribuição para a mistura cultural brasileira, observar a música, a culinária, as lendas, os costumes, enfim, perceber que nossa cultura foi muito influenciada pela cultura afro e que por isso não podemos rejeitá-la e sim conhecê-la, respeitá-la e assim admirá-la.
Penso que nas questões de agressões em função da cor da pele, o professor precisa usar o bom senso para poder abordar o assunto e mostrar para ambas as partes, tanto os alunos que estão sendo ofendidos, quanto os alunos que ofendem, discriminam, que não há nada de errado em ser diferente, que todos somos diferentes e que o errado é excluir alguém por causa disso.
O debate sobre este tema ainda é muito recente neste país, pelo menos de uma forma tão aberta, mas, penso que se todos nos engajarmos em construir uma escola que seja possível pensar sobre as várias diferenças e que se possa perceber a beleza de todas elas, poderemos observar muitas mudanças num futuro próximo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Povos do Brasil

Temos, ainda, pouco conhecimento sobre os índios, sabemos que são o povo nativo do Brasil, que tem sua cultura, religião e linguagem próprias e conhecemos a história que nos foi contada nas aulas de História do Brasil. Através desse pouco conhecimento fomos levados há generalizar todos os povos indígenas. Temos a concepção de que são todos iguais, todos índios. O que é totalmente errado, pois cada povo tem suas peculiaridades, língua, culturas, rituais e comportamentos distintos entre si. A identidade dos povos indígenas foi sendo destruída em todos os sentidos, pois além da dizimação das tribos, houve também, através da discriminação e tentativa de civilizar os povos indígenas, o extermínio de sua língua, costumes, tradições e principalmente a destruição do sentimento de unidade enquanto nação, povo. O correto, portanto seria referir-se há esses povos pelo seu nome, guaranis, yanomamis, etc. Afinal nenhum desses povos tem o nome de índios, como sabemos, esse nome foi dado pelos colonizadores, que por conta do seu significado e da famosa confusão de terem se enganado na rota, usaram essa denominação para os habitantes nativos do Brasil.
A partir do momento que os colonizadores portugueses desembarcaram aqui e depararam-se com culturas completamente diferentes da sua, as tentativas de civilizar aqueles povos foi incansável, por conta das resistências de muitos povos, estes foram sendo exterminados. Com o passar do tempo os povos indígenas foram perdendo sua identidade cultural, pois além de serem vistos pela sociedade com preconceito, eram também vistos de uma maneira generalizada. Em uma aula li uma historinha para meus alunos, onde o personagem principal era um menino pertencente há uma tribo indígena, ao término da historinha um aluno perguntou se os índios existiam, ou seja, percebemos que há muita desinformação sobre a identidade cultural desses povos.
O texto nos trouxe a informação de que a grande maioria das tribos indígenas estão retomando sua cultura e o orgulho pela sua identidade, o que de fato é muito importante para o reavivamento das diversas culturas “O reconhecimento da cidadania indígena brasileira e, conseqüentemente, a valorização das culturas indígenas possibilitaram uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Brasil. Ser índio transformou-se em sinônimo de orgulho identitário.”( Gersen dos Santos Luciano – Baniwa)
É preciso que não tenhamos preconceitos e que sejamos abertos para conhecermos essas culturas tão diversificadas para podermos desmistificar esse povo e possamos enxergá-los como enxergamos qualquer outro povo, com suas características específicas, diferentes das nossas.
Enquanto professores, precisamos abrir espaço para discutir sobre essa temática em sala de aula, possibilitar entre os alunos a troca de conhecimentos e trazer novas informações sobre a cultura desses povos, ou melhor, as culturas, pois são muitas as influências em nosso modo de viver que vieram dos povos indígenas e para que possamos conhecer a nossa identidade,é necessário saber como esta foi construída.

Adorno...

Lendo o texto de Adorno, penso em como ele é atual, o que vemos hoje é exatamente o que está escrito neste ensaio.
Podemos ver todos os dias nos jornais de todo o mundo fatos de barbárie, que chocam pela crueldade, sejam casos isolados ou verdadeiros genocídios, como os que vemos nas guerras da atualidade. A educação formal, que recebemos na escola, tem sim importância na construção dos cidadãos, no caráter dos indivíduos, mas penso que a base está na educação que recebemos na família.
A criança precisa sentir-se amada, valorizada, importante e o que vemos atualmente é uma desestruturação das famílias e de seus valores. Não falo apenas na desestruturação dos personagens de uma família, mas das funções que esta entidade exercia, proteger, amar e educar as suas crianças.
A realidade que temos em nossas salas de aula é de crianças , na sua grande maioria, com famílias que não passam mais valores, os pais não impõem limites aos seus filhos, pensam demonstrar carinho mimando essas crianças, quando, na verdade estão criando indivíduos egoístas. Os pais pensam mais em si que nos filhos, não lhes dando atenção, não os escutando e também não lhes ensinando ou dizendo nada, lhes dão vários brinquedos para que estes não os perturbem, deixam assistir a tudo o que querem na tv, jogar todos os jogos de vídeo game, acessar a todos os sites, sem filtrar, sem delimitar o que pode e não pode, ainda por cima, quando tentam “corrigir” essa criança, o fazem com “pancadas”, pior ainda são os pais que violentam suas crianças, enfim, nas escolas vemos crianças que só agridem aos outros, não cuidam do material, da escola, não sabem brincar, não se concentram, não tem objetivos. Penso que a escola é de fundamental importância para reverter esse quadro, pois se conseguir conscientizar esses alunos, que um dia serão pais, poderemos ter uma nova sociedade. Enquanto professores, temos o papel de mostrar para os alunos as diversas possibilidades e conscientizá-los para as conseqüências de todo ato , mostrando que é possível escolher um novo caminho. Isso pode ser trabalhado desde cedo com os pequenos, através das brincadeiras, dos jogos, das expressões artísticas e literárias, enfim, possibilitar que a criança, desde cedo, possa recriar seu mundo, para que um dia seja capaz de pensar sobre a sua realidade e transformá-la, afinal, isso que dá sentido a vida, a possibilidade de um mundo melhor.

A inclusão é possível.

Lendo o texto de Cláudio Baptista (Entre Edifícios e Tendas), percebi que estamos vivendo um momento importante, pois o debate do tema inclusão está fazendo com que todos nos questionemos sobre o assunto. A educação, no Brasil ainda está muito arraigada no pressuposto Empirista, onde o aluno é considerado folha de papel em branco que o professor tem a tarefa de preencher, sendo ele o detentor de conhecimento, nessa idéia o professor é quem ensina e o aluno o que aprende. A partir das discussões que vem sendo feitas por educadores, através do estudo das idéias de vários escritores, como Paulo Freire, por exemplo, está sendo construída, ainda que lentamente, uma nova concepção do papel da educação na escola. Nesse novo pensamento do que é fazer educação, encontra-se também a discussão da inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Porém, para que aconteça uma inclusão verdadeira, onde indivíduos com necessidades especiais sejam atendidos nas escolas regulares com as mesmas oportunidades que todas as outras crianças, é preciso que aconteça uma reestruturação muito importante, não somente nos espaços físicos, mas principalmente no modo de pensar dos educadores e da sociedade em geral. É preciso entender a educação como uma construção onde a troca é fundamental. O aluno aprende a partir do confronto de suas concepções/percepções com novos conhecimentos, surgindo daí uma nova visão. Para a educação inclusiva é necessário que o professor seja capaz de enxergar a diversidade e de planejar sua aula a partir disto, assim, deve ser flexível e estar aberto para novas idéias, para que consiga propiciar a todos os alunos a troca, de idéias e visões, de experiências e assim oportunizar a construção de conhecimento. Nessa nova perspectiva de educação, é necessário enxergar cada aluno em especial e planejar com flexibilidade para que seja construído um ambiente onde todos os indivíduos envolvidos no processo educativo sejam autores e não meros expectadores. Cláudio Batista usa uma metáfora para ilustrar a educação atual com a pretendida e necessária. Compara a educação atual com edifícios, rígidos e imutáveis e propões uma educação que se compara a tendas leves e passíveis de mudanças de acordo com as necessidades. “As tendas são mais leves e suas paredes de tecidos permitem a passagem da luz e do vento; podem ser desarmadas e transportadas para locais distantes, acompanhando o per(curso) dos interessados; montam-se de maneiras variadas, permitindo a negociação que transforma os modelos de ação, os locais escolhidos e os modelos destinados. Vale lembrar que a tenda pode ser um objeto complexo, apesar da simplicidade do seu desenho físico: as hastes devem ser flexíveis, mas resistentes; o tecido deve suportar as intempéries, sendo leve durante o transporte;a base deve ser macia, mas não pode deixar que passem a umidade e possíveis invasores”

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Desenvolvimento da moralidade

Lendo o texto de Jaqueline Picetti, pensei em várias situações de sala de aula. Trabalho com um segundo ano, como já relatei em outras atividades, meus alunos tem entre sete e oito anos, com exceção de um, com quatorze e portador de síndrome de Down. Penso que como todo aprendizado, existe uma interação com o que já se conhece e os novos conhecimentos, que resultará numa nova maneira de entender, assim também a noção da moralidade é construída. Os conflitos que observo na minha turma são sempre muito parecidos. Exemplos: um aluno bate o braço, sem querer, no colega e este borra o que estava escrevendo, este por sua vez risca o caderno do outro colega, que revida riscando novamente o caderno ou jogando algum material longe. Outra situação: Na fila um colega esbarra em outro, sem intenção, este devolve o empurrão, o outro, então revida batendo. Ao conversar com esses alunos, percebo que eles nunca conseguem perceber o que eles mesmos fizeram, sempre culpam aos outros. Penso que estas atitudes demonstram bem a fase de desenvolvimento em que as crianças estão, onde o egocentrismo ainda está presente. Tenho um aluno que, pelo que percebo, tem uma família bastante desestruturada, tem irmãos que estão em instituições de reabilitação de menores, os pais estão separados e pelo seu comportamento agressivo, percebe-se que provavelmente não demonstram amor pelo seu filho, além disso, desde o início do ano letivo não compareceram nenhuma vez para conversar com a professora, demonstrando o pouco interesse que tem pelo filho. Este aluno, muitas vezes agride os colegas, tanto fisicamente quanto verbalmente, provavelmente porque ele entende que este é o jeito de fazer justiça em qualquer situação. Penso que a criança constrói sua moralidade observando as situações ao seu redor, se este aluno vê seus pais resolvendo tudo na base da violência, provavelmente vai entender que este é o único meio para solucionar os problemas. Todas as crianças passam pelas mesmas fases, porém o meio onde são criadas também influencia no modo como entendem e constroem suas visões, seus entendimentos de como funciona a sociedade,
Penso que a escola deve proporcionar momentos de debate nas salas de aula para pensar nas atitudes de cada um e nas suas conseqüências, oportunizando a discussão de novas maneiras de resolver esses conflitos, para que se eduque para a paz, para a tolerância e com o sentimento de que aquilo que não se quer pra si, não se faz aos outros.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Portfólio de Aprendizagens

Com o trabalho de analisar o portfólio de outras colegas pude refletir da importância e função deste tipo de trabalho.
A regularidade nas postagens ajuda bastante, pois assim, pode-se ter um acompanhamento maior das aprendizagens construídas ao longo do semestre, sendo possível assim, analisar e refletir sobre as mesmas durante todo o curso, tendo uma visão mais ampla do processo de aprendizagem. Importante também o trabalho de reformular ou complementar as postagens quando comentadas, pois é preciso para tanto refletir sobre estas para construir uma nova postagem, O trabalho com Portfólios faz uma ligação entre as interdisciplinas, pois ao pensar sobre os temas estudados, fazemos relações entre eles, fazendo com que tenhamos uma visão interdisciplinar das aprendizagens, o que facilita também a ligação entre teoria e prática, ou seja fica mais fácil transpor os conhecimentos teóricos para as situações do nosso dia-a-dia, seja profissional ou pessoal. Essa ligação entre as interdisciplinas e entre teoria e prática facilita e evidencia a aprendizagem, pois quando conseguimos argumentar nossas aprendizagens unindo conhecimento teórico com nossas vivencias comprovamos que uma mudança de pensamentos ocorreu e assim mostramos que podemos também mudar nosso modo de agir, frente aos novos conhecimentos conquistados.
O Portfólio de Aprendizagens auxilia na construção de conhecimentos, serve de ligação entre as interdisciplinas do curso e destas com a prática docente. Nele colocam-se registros das aprendizagens mais significativas, fazendo relação dessas com as que já foram anteriormente construídas. È um espaço para o aluno/professor escrever sobre as aprendizagens mais relevantes e relacioná-las com as suas experiências, com a finalidade de “costurar” os conteúdos das interdisciplinas com as vivências. Outra importante função do Portfólio é a possibilidade de compartilhar as aprendizagens de todos, pois através dele pode-se comparar o que foi mais relevante para mim e para os outros colegas, enriquecendo ainda mais a teia de conhecimentos do curso. O Portfólio de aprendizagens é um instrumento de grande valor, principalmente para quem é estudante e professor, pois contribui para o pensar sobre a educação contribuindo para a qualidade da mesma.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Visita aos Blogs de colegas-reflexão

Comparando o meu blog com o de duas colegas, percebi muitas diferenças, principalmente no número de postagens. Notei que as colegas fazem postagens regulares e que essas tem muita qualidade, pois relacionam sempre os temas estudados nas interdisciplinas do PEAD com a prática docente e também com a vida cotidiana. É possível ver uma construção de aprendizagens, pois as postagens sempre trazem situações da vida profissional ou pessoal das estudantes. O comprometimento com o trabalho também é bastante visível, já que quando comentadas por tutoras, algumas vezes as postagens são reformuladas ou complementadas. Percebi que o trabalho das colegas ajudou há fazer a ligação entre as interdisciplinas (umas com as outras) e destas com a prática, facilitando o entendimento das aprendizagens e certamente, colaborando para o trabalho em sala de aula. Essa ligação entre a teoria e a prática dão credibilidade ao trabalho pois a prática evidencia a aprendizagem e a fundamentação teórica sustenta os argumentos.
Pude refletir sobre a importância do Portfólio de aprendizagem, quando ele é construído com dedicação, registrando as aprendizagens com frequencia, ajuda muito na construção dos conhecimentos, pois para redigi-lo é preciso pensar e fazer ligações entre as novas aprendizagens e relacioná-las com outras e com a prática, esse exercício leva há um entendimento maior, não só das interdisciplinas, como também do processo de aprendizagem.
Segue os links para os blogs que visitei:
http://peadportifolio156857.blogspot.com/
http://peadportfolio164277.blogspot.com/

terça-feira, 16 de junho de 2009

Um grande aprendizado...

Ler o texto de Adorno, me fez refletir sobre, o que considero, ter sido a grande aprendizagem desse semestre, pelo menos para mim, conviver com as diferenças. Quando Theodor Adorno fala sobre a bárbarie do holocausto e de como é possível existir seres humanos com tamanha intolerância e crueldade, podemos fazer uma ligação com a sociedade atual, pensando na educação e no seu papel. Atualmente, assistimos acontecimentos horríveis que chocam pela violência e banalidade, esses fatos são o reflexo de uma sociedade cada vez mais individualista que valoriza o material e banaliza a vida. Enquanto professores, podemos ver de perto como pais educam seus filhos, sem amor, sem limites, sem proteção. A família não exerce mais suas funções, claro que existem exceções, mas a grande maioria dos pais não sabe mais a diferença entre amar e mimar, entre educar e maltratar. O que vemos são seres cada vez mais egoístas, sem sentimento de cooperação, solidariedade, amizade, e sem valores morais. À escola cabe muito mais que o papel de ensinar, é preciso também dar limites, oportunizar a troca, o convívio, a vivência da cooperação e proporcionar o pensar sobre a realidade e as consequências de todos os atos. Penso que trabalhando sobre as diferenças de todos os tipos, podemos construir junto com os alunos um novo olhar, onde se enxergue que essas diferenças enriquecem o lugar onde vivemos, que precisam ser respeitadas. Creio que através de projetos que abordem esses temas, podemos levar nossos alunos a pensar sobre a importância desses valores para que todos vivam em paz. Em minha turma estou pensando em trabalhar um projeto sobre valores, onde meus alunos poderão pensar sobre muitas situações de convívio e através de atividades de debates, encenação, desenhos, jogos, produções escritas, por exemplo, será possível vivenciar de um jeito diferente a interação social e assim refletir sobre as consequências de seus atos.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Aprender sempre...

Fazendo minhas actividades do Pead e já pensando nas próximas, estava pesquisando sobre cultura afro-brasileira na Internet e encontrei muitas coisas interessantes, lendas e sugestões de livros que podem dar um bom suporte no trabalho com etnias, para a valorização da identidade do povo brasileiro. Através desta pesquisa percebi que sabia muito pouco sobre a cultura afro-brasileira, lembro que na escola tudo que víamos sobre os negros era que tinham vindo da África, foram escravizados no Brasil, a princesa Isabel foi boazinha e assinou a lei áurea e que eles deixaram muitas contribuições para a formação do povo brasileiro. Lendo o material de pesquisa vi como é rica e extensa a cultura afro-brasileira e muito interessante, haviam coisas que eu nem imaginava e então me vieram muitas ideias em como trabalhar com meus alunos para que percebam, assim como eu começo a perceber agora, a beleza dessa cultura ainda tão discriminada. deixo aqui alguns links que visitei.
http://criancanegritude.blogspot.com/2006/08/contos-africanos.html
http://www.futura.org.br/main.asp?View=%7B51AB2CE1%2DBF99%2D4304%2DB6A2%2D3BFDA4CEB3EC%7D&Team=&params=itemID=%7B51A39D7C%2D74DF%2D7D53%2D0325%2D6D2800489FDE%7D%3B&UIPartUID=%7B3318E9B4%2DEA28%2D47EA%2DB431%2D504A05EE644F%7D

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Estudo de Caso-continuação

Em minha escola há alunos com necessidades educacionais especiais estudando em turmas de ensino regular, mas existe também, uma turma de classe especial e uma turma criada este ano que participa do projeto acelera brasil, do governo federal. O espaço fisíco não está preparado para receber alunos com necessidades especiais, existem apenas algumas rampas, que não garantem o acesso a todas as áreas da escola e não há banheiros próprios. Não existem pessoas incumbidas de "auxiliar" os portadores de necessidades especiais, nem no processo de aprendizagem.
Por exemplo, existem em uma mesma turma duas alunas cadeirantes, quando é necessário ajudar na sua locomoção, visto que existem muitas escadas sem rampa de acesso, as pessoas o fazem por solidariedade, não há alguém designado para fazer isso. Em minha sala de aula, tenho um aluno com síndrome de Down e sinto a necessidade de ter alguém que pudesse auxiliá-lo constantemente nas atividades, pois sinto que para que ele aprenda necessita de muito acompanhamento, com 25 alunos na sala de aula é impossível atende-lo individualmente sempre. Claro que há boa vontade de todos, mas penso que é necessáriobem mais que isso, pois todos tem direitos iguais, ou seja a escola tem que ser igual para todos, deve oferecer os mesmos beneficios e se adequar as necessidades de cada um, então, fazer cumprir esses direitos é um dever de todo cidadão.
Penso que aos poucos a consciência de que direitos devem ser cobrados vai sendo incorporada no pensamento de todo cidadão, mesmo porque, todo esse contexto de inclusão ainda é muito novo nas escolas, pelo menos dessa forma. è preciso que todos unam esforços, pais, professores e o poder público, assim conseguiremos a força para que todos os direitos garantidos por lei sejam vivenciados na prática.
Em minha escola existe uma mistura de concepções do que é a inclusão, pois ao mesmo tempo que são aceitos alunos em turmas regulares, são criadas turmas especiais, para alunos com necessidades, uma grande contradição de concepções, porém como escrevi antes, penso que por ser um momento novo, ainda estamos passando por uma transição.
Nas turmas de educação especial (classe especial e acelera Brasil), o trabalho é diferenciado, com muito material concreto e jogos, claro que se trabalha dessa forma nas outras turmas, por se tratar de uma escola de séries iniciais, porém a própria concepção de tipo de aluno determina o modo como será desenvolvido o trabalho em sala de aula, na turma do programa "Acelera Brasil", as aulas vem prontas, uma supervisora encaminhada pelo programa acompanha a turma. Nas turmas regulares o trabalho é mais livre e fica a critério de cada professor com poucas orientações da coordenação pedagógica da escola, sabendo que a escola é estadual. Contamos com alguns recursos, como uma sala de jogos, uma sala com espelhos, designada para trabalhar com expressão corporal, vasto material de leitura e de educaçção fisíca e temos também uma sala de computadores, onde, porém não temos alguém designado para trabalhar com informática, assim este espaço raramente é usado.
Enfim, penso que nossa escola tem muito boa vontade, alguns bons recursos, que se forem bem usados, podem auxiliar na aprendizagem de todos os alunos, mas ainda falta mais planejamento para que ações sejam pensadas e realizadas.

Estudo de Caso

Já tive vários casos de alunos com necessidades especiais de aprendizagens, não por serem portadores de deficiência, mas por terem um tempo mais lento para a aprendizagem.
Este ano tenho em minha turma um aluno portador da Síndrome de Down, vou fazer meu dossiê em cima dessa experiência, já que estou vivenciando neste semestre.
Quando fiquei sabendo que teria em minha turma um aluno com síndrome de Down senti medo, pois sempre temos muitas idéias pré-concebidas antes de conhecermos de perto alguma coisa ou alguém, porém, logo no início esse medo inicial deu lugar a outros sentimentos. No início todos estavam assustados, o Pedrinho (nome fictício), por estar em uma turma com colegas e professora diferentes, os outros alunos, por notarem a diferença daquele colega e a professora também, por medo de não saber lidar com as possíveis situações que iriam surgir.
A primeira semana foi um pouco complicada, o Pedrinho chorava diversas vezes, agrediu alguns coleguinhas, porque estes, não sabendo lidar com aquele colega muitas vezes o magoavam. Logo que todos foram se conhecendo e as configurações de cada um ficaram mais claras o que aconteceu foi que a grande maioria dos alunos tornou-se muito amiga do Pedrinho e noto que ele está muito feliz na sala de aula, claro que acontecem conflitos, como em qualquer sala de aula, onde existem seres humanos, sejam crianças ou não.
Percebo que a família deste aluno, não tem muito comprometimento com a sua aprendizagem, ele frequentava a Apae e a mãe achou melhor tirá-lo de lá, por ela mesma. Combinamos que ela o ajudaria em casa, pois ele não está alfabetizado ainda, e já tem 14 anos, mas a última vez que foi à escola disse que não teve tempo ainda. Ele tem um pouco de dificuldade para falar e enxergar, mas é bastante esforçado e geralmente quer participar das atividades, percebo também que muitas vezes ele faz "manha", como todos os outros alunos que tenho.
Penso que os primeiros passos dados foram positivos, pois criou-se uma relação de afeto entre todos da turma, o que vai facilitar muito o trabalho...
O medo inicial deu lugar à vontade de descobrir jeitos de fazer com que todos os meus alunos consigam se envolver e construir conhecimento

terça-feira, 5 de maio de 2009

Cores e sabores...

Como é bonita a diversidade de culturas observadas no povo brasileiro, vendo os trabalhos de meus colegas, percebi a mistura de culturas em que estamos inseridos, penso que é quase impossível saber a origem certa de todas as receitas de culinária, por exemplo, tamanho entrelaçamento.
Percebi o quanto é importante trabalharmos esta diversidade com nossos alunos, pois somente conhecendo a raiz dessa diversidade poderemos conhecer nossa cultura para poder valorizá-la e nos reconhecer enquanto povo com identidade cultural própria.
Os trabalhos realizados na maioria das escolas, apenas faz referência às culturas que formaram a nação brasileira, falando de suas contribuições e não de como essas culturas foram sendo incorporadas e misturadas em uma só. é importante trabalhar a beleza dessas culturas para que todos os cidadãos sintam-se igualmente partes integrantes da sociedade e não meros contribuintes.

Filosofando...

Nada fácil argumentar, através da interdisciplina Filosofia da Educação, tivemos a oportunidade de defender uma posição, inicialmente pré -definida pelo professor e depois, pensando sobre o assunto, tomar uma posição particular. O interessante é que pensei em questões com o mesmo debate ético ocorridos em nossa sociedade e me deparei com um impasse , pois minhas opiniões não eram iguais. A questão sugerida na atividade, era a de avaliar a visão de um antropólogo, que, indo pesquisar um povo nativo, de uma determinada ilha, decide não interferir em nada o modo de pensar, agir, crer e ser daquela sociedade em questão, pensei então em muitos fatos que podemos acompanhar nos telejornais, como de uma menina indígena, que ficou doente e contrariando a cultura de seu povo teve que ficar num hospital por ordem judicial. Defendi a decisão do antropólogo, na atividade e me recordo que quando vi a reportagem pensei que realmente a menina deveria ser tratada com os recursos médicos e não apenas pelo pajé de sua tribo. Percebi como, sem pensar muito, impomos nossa cultura, nossos valores, nossas "verdades", como absolutas, sem respeitarmos as diferenças, sem enxergar que existem várias verdades. Imagino que assim, a cultura ocidental do capitalismo, individualismo, etc, vem destruindo todas as culturas existentes nas pequenas comunidades, aquela que aprendemos com nossos avós, pois sempre julgamos a verdade do senso comum, como sendo a verdade absoluta, a inquestionável e o que vemos todos os dias através dos meios de comunicação, grandes formadores de opiniões dos nossos tempos, é a cultura do eu, cada um por si e que se "danem os outros". Como professora, me sinto no dever de trabalhar no sentido de construir uma visão de mundo diferente, onde as pessoas se respeitem, aceitem-se e entendam que na diferença está a beleza da vida, para que assim, possamos ter uma sociedade mais igual, mais solidária.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Desafios...

Este semestre Promete!! Quando vi as interdisciplinas que iríamos estudar este ano, vi que os temas eram bastante atuais e desafiadores, pois são questões que estamos vendo cada vez mais em nossas prática enquanto educadores e também discutidas pela mídia. Lendo o texto do professor Fernado Becker, sobre a epistemologia do conhecimento, parei para avaliar a minha prática docente e pensar no modo como eu acredito que ocorra o conhecimento, como se aprende. Penso que através das trocas, debates, experimentações e outras práticas onde aluno e professor estão envolvidos no processo, aí acontece a aprendizagem, quando existe a possibilidade do aluno relacionar seus conhecimentos com os novos e poder ter uma nova visão.
Este ano tenho em minha turma um aluno com síndrome de Down, no início, tive um medinho sim, mas logo ele foi completamente abolido e em seu lugar veio o encanto e a vontade de tornar minha aula cada vez melhor. Penso que cada aluno é diferente, não existe ninguém igual, com alunos com necessidades especiasis, também, portanto, acredito que somente com a dedicação do professor é possível conhecer seus alunos e pensar numa proposta onde todos tenham a oportunidade de participar e de construir conhecimento.