quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Entre os muros da escola

Assistindo ao filme, pude refletir sobre diversas situações que já aconteceram em minha vida, tanto como aluno, quanto professora. Foi possível perceber em todo o filme a postura do professor e de toda a escola, de pensamentos rígidos e imutáveis, ignorando as diferenças culturais existentes entre os alunos. O filme veio muito de encontro com a temática do PEAD no semestre, pois aborda vários conceitos que discutimos nas interdisciplinas. A questão étnico-racial, por exemplo, através do filme, podemos ver como atitudes do professor podem fazer a diferença na construção da visão dos alunos, pois o professor também tem interiorizados preconceitos e se não souber se livrar deles pode reforçar atitudes preconceituosas na sala de aula. E para que os alunos sintam-se igualmente importantes, é preciso que toda forma de preconceito seja extinta e para isso todas as culturas devem ser trabalhadas e valorizadas. Outro ponto que foi bastante discutido é a questão dos princípios morais e da educação para a paz, que também podemos identificar no filme, através das atitudes do professor, sempre confrontando-se com os alunos, ora se queremos educar nossos alunos para a paz, é necessário que tenhamos em nossas aulas atitudes de cooperação e respeito com nossos alunos, é preciso enxergá-los como seres humanos, respeitá-los para que se sintam importantes e possam pensar sobre sua realidade para agir nela. Sabemos que nossos alunos encontram-se em níveis diferentes de desenvolvimento e que cada um tem o seu tempo, é preciso respeitar essas diferenças e planejar de forma que elas sejam respeitadas. Para tanto é preciso que a escola e os professores reflitam sobre sua forma de organizar as aulas, pois para que tenhamos uma educação onde todos sejam respeitados, conceitos arraigados precisam ser revistos, fazendo com que a escola seja um ambiente onde todos são vistos de forma igual, e todos sejam igualmente importantes no processo da aprendizagem. A sala de aula um local onde o professor valorize os alunos, para que estes se sintam importantes, participando cada vez mais ativamente. Penso que com esta atitude de respeito e valorização pelos alunos, estaremos contribuindo para a formação de pessoas que saibam conviver em paz na sociedade, aprendendo a resolver os conflitos através de debates e trocas de idéias.

Estágios do Desenvolvimento segundo Piaget.

“A partir dos primeiros reflexos com os quais a criança é dotada ao nascer, vai se construindo, pouco a pouco, em interação com o meio, as condições necessárias para todas as posteriores conquistas cognitivas.” (O nascimento da inteligência na criança, Piaget)
Piaget dividiu os períodos de desenvolvimento epistemológico em Sensório-motor, Pré-operatório, Operatório concreto e Operatório-formal, cada um desses estágios é caracterizado por diferentes modos de organização do pensamento que determinam a maneira do indivíduo se relacionar com o mundo que o cerca.
As idades em que cada período ocorre são bastante variáveis, pois devido ao meio social e experiências anteriores, elas podem ocorres em idades cronológicas diferentes. Porém todo indivíduo vivencia as quatro fases sempre na mesma ordem de sucessão, sendo que as estruturas construídas num período se tornam parte integrante das estruturas do período seguinte.
Enfim, serão as características cognitivas que mostrarão em que período de desenvolvimento o indivíduo se encontra.

Caracterização de cada período:

Sensório-motor: Nessa fase, as crianças adquirem a capacidade de controlar seus reflexos básicos para que gerem ações prazerosas ou vantajosas. É um período anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo e dos objetos a sua volta.
Exemplo: Quando brincamos com um bebê, sua reação mostra que ele quer a repetição daquela ação.
Pré-operatório: caracteriza-se pelo surgimento da capacidade de dominar a linguagem e a representação do mundo por meio de símbolos. A criança continua egocêntrica e ainda não é capaz, moralmente, de se colocar no lugar de outra pessoa. É a fase dos “por quês”. O pensamento é marcado pela intuição, pela percepção imediata da realidade e não pela lógica, a qual, muitas vezes leva a soluções incorretas de problemas.
Posso observar exemplos dessa fase em meus alunos, em várias situações, como quando perguntam onde devem escrever quando acaba a folha do caderno, ou em situações onde não pensam no que seria melhor para todos e sim, somente para eles, como quando pegam a merenda de um colega sem pedir.
Operatório-concreto: tem como marca a aquisição da noção de reversibilidade das ações. A lógica surge nos processos mentais e a habilidade de separar os objetos por similaridades e diferenças. A criança já pode dominar conceitos de tempo e número. Ainda depende do concreto pra chegar à abstração.
Essa fase, posso exemplificar observando meu filho, pois já domina bem a noção de número, medidas em geral, bem como a noção de tempo.

Operatório-formal: Em termos cognitivos, essa fase marca a entrada na vida adulta . O adolescente passa a ter o domínio do pensamento lógico e dedutivo, o que o habilita à experimentação mental. Isso implica, entre outras coisas, relacionar conceitos abstratos e raciocinar sobre hipóteses.

Sobre a Inclusão...

Outra questão há ser pensada no que se refere à inclusão, é o modo como estão sendo pensadas e dirigidas as políticas educacionais. Percebemos um distanciamento da obrigação do estado para com a educação, são empregados cada vez menos recursos e vemos também um aumento em avaliações, que tem a finalidade de avaliar a educação pública, assim, vemos que o estado está perdendo o papel de provedor, mas continua sendo regulador, como descreve Michels. De acordo com a LDBEN, para que a inclusão aconteça realmente, é preciso alguns recursos, como por exemplo, um trabalho que envolva vários profissionais, o professor capacitado que é quem vai trabalhar diretamente com os alunos e o professor especializado, que é quem vai pensar e planejar atividades a serem desenvolvidas pelo professor capacitado. Prevê também a existência de salas com recursos, para enriquecer o trabalho desenvolvido em sala de aula. O que vemos, no entanto, na realidade da grande maioria das escolas públicas, não está nem perto disso. Nas escolas estaduais, por exemplo, não se consegue nem mesmo um professor a mais para auxiliar na sala de aula onde existam alunos com necessidades físicas, por exemplo. Outro ponto importante é a formação dos profissionais de educação, no Brasil, muitos professores ainda tem apenas o ensino médio, muitos que lecionam disciplinas específicas, não tem a formação adequada. A partir do fim da década de noventa, percebemos um aumento na oferta de cursos de graduação, o que não é garantia total de atualização e aperfeiçoamento da classe, pois muitos são os cursos de qualidade duvidosa, que oferecem um diploma em pouco tempo, com poucas atividades que permitam a reflexão.
Vemos então que são vários os fatores que podem possibilitar que a inclusão realmente aconteça, ou seja, não é apenas seguir regras e métodos, muito mais que isso, é preciso analisar cada situação e pensar nos recursos existentes para que se consiga proporcionar um ambiente educativo onde sejam respeitadas todas as diferenças e que estas sirvam de meio para um enriquecimento, onde todos são contribuintes no processo e não espectadores somente.
Pensar em Inclusão, faz com que nos questionemos como deve acontecer a avaliação, sabemos que é impossível medir o conhecimento, mesmo assim estamos tão presos aos conceitos antigos do que é avaliar e mais presos ainda nas formas de avaliação. A avaliação que acontece nas escolas, ainda serve para quantificar, para mostrar quem sabe mais ou menos. È necessário que essa visão seja completamente modificada, é preciso enxergar cada aluno, o seu crescimento dentro da sua individualidade, pois a escola não pode ser mais uma formatadora de trabalhadores, ela precisa proporcionar o desenvolvimento do ser humano num sentido mais amplo, respeitando as diferenças de cada um. Como fala Ana Carolina Christofari.
“Nossos conhecimentos se tornam saberes quando conseguimos relacioná-los com as nossas experiências construídas nas relações interpessoais e, nesse sentido, qualquer forma de avaliação da aprendizagem dos alunos se torna arbitrária, pois, dificilmente, algum instrumento ou método utilizado para essa ação irá contemplar todas as possibilidades de relações construídas no ato de produção do conhecimento “.
Penso que a avaliação deve acontecer para entender o processo da aprendizagem, ver onde pode ser modificado e não como uma forma de saber se os alunos já sabem ou não, exatamente porque, cada conhecimento só faz sentido para cada indivíduo de acordo com a assimilação que este faz entre os novos conhecimentos e os que já possui.
Frente a essas implicações é preciso que aconteça uma mudança no agir do professor em sala de aula. Esta deve ser um espaço onde exista a troca de idéias, o espaço para o diálogo, o debate, pois somente assim é possível conhecer pontos de vista diferentes do seu. É preciso que o aluno sinta-se parte fundamental do processo de aprendizagem, onde aprende e ensina, assim como o educador também deve perceber-se.

A Escola e as diferenças...

Lendo o texto de Marilene Leal Paré, me senti bastante comovida, pensando em todas as injustiças cometidas contra o povo afro-descendente e as conseqüências que até hoje estão impregnadas na sociedade, através do racismo e dos preconceitos
Minha escola só vai até o quinto ano do ensino fundamental, séries iniciais, portanto, situações de violência em conseqüência de diferença racial , existem, porém é necessário estar muito atenta, pois não são tão perceptíveis e podem passar desapercebidas. Como já narrei em outra atividade, quando realizei em minha sala de aula uma atividade onde os alunos teriam que recortar uma foto de revista de alguém que eles se achassem parecidos, muitos alunos que podem ser considerados pardos recortavam figuras de pessoas loiras o que demonstra bem a visão que eles (as crianças) já tem sobre as etnias raciais,ou seja, querem se parecer com as pessoas brancas, não aceitando a sua cor, mostrando a baixa auto-estima em relação a sua etnia. O professor precisa estar bastante atento para esses acontecimentos, também para situações de discriminação pela cor da pele.
É preciso avaliar como anda a auto-imagem dos alunos afro-descendentes e a imagem que os outros alunos tem deste grupo étnico para traçar linhas de ação, como, debates a partir de situações, histórias, reportagens envolvendo o tema, proporcionar a descoberta da beleza desta cultura e para isso é necessário que o professor esteja bem informado, afinal conhecemos pouco e fomos criados de uma maneira a enfatizar as diferenças de um modo preconceituoso, para isso é necessário despir-se de preconceitos arraigados e buscar novos conhecimentos, para poder, então, explorar as muitas possibilidades de trabalhar com a cultura afro-brasileira .
A escola deve ser um lugar possibilitador desse debate, levando os alunos a refletir sobre as diferenças existentes entre todas as etnias e como cada uma delas tem sua beleza e contribuição para a mistura cultural brasileira, observar a música, a culinária, as lendas, os costumes, enfim, perceber que nossa cultura foi muito influenciada pela cultura afro e que por isso não podemos rejeitá-la e sim conhecê-la, respeitá-la e assim admirá-la.
Penso que nas questões de agressões em função da cor da pele, o professor precisa usar o bom senso para poder abordar o assunto e mostrar para ambas as partes, tanto os alunos que estão sendo ofendidos, quanto os alunos que ofendem, discriminam, que não há nada de errado em ser diferente, que todos somos diferentes e que o errado é excluir alguém por causa disso.
O debate sobre este tema ainda é muito recente neste país, pelo menos de uma forma tão aberta, mas, penso que se todos nos engajarmos em construir uma escola que seja possível pensar sobre as várias diferenças e que se possa perceber a beleza de todas elas, poderemos observar muitas mudanças num futuro próximo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Povos do Brasil

Temos, ainda, pouco conhecimento sobre os índios, sabemos que são o povo nativo do Brasil, que tem sua cultura, religião e linguagem próprias e conhecemos a história que nos foi contada nas aulas de História do Brasil. Através desse pouco conhecimento fomos levados há generalizar todos os povos indígenas. Temos a concepção de que são todos iguais, todos índios. O que é totalmente errado, pois cada povo tem suas peculiaridades, língua, culturas, rituais e comportamentos distintos entre si. A identidade dos povos indígenas foi sendo destruída em todos os sentidos, pois além da dizimação das tribos, houve também, através da discriminação e tentativa de civilizar os povos indígenas, o extermínio de sua língua, costumes, tradições e principalmente a destruição do sentimento de unidade enquanto nação, povo. O correto, portanto seria referir-se há esses povos pelo seu nome, guaranis, yanomamis, etc. Afinal nenhum desses povos tem o nome de índios, como sabemos, esse nome foi dado pelos colonizadores, que por conta do seu significado e da famosa confusão de terem se enganado na rota, usaram essa denominação para os habitantes nativos do Brasil.
A partir do momento que os colonizadores portugueses desembarcaram aqui e depararam-se com culturas completamente diferentes da sua, as tentativas de civilizar aqueles povos foi incansável, por conta das resistências de muitos povos, estes foram sendo exterminados. Com o passar do tempo os povos indígenas foram perdendo sua identidade cultural, pois além de serem vistos pela sociedade com preconceito, eram também vistos de uma maneira generalizada. Em uma aula li uma historinha para meus alunos, onde o personagem principal era um menino pertencente há uma tribo indígena, ao término da historinha um aluno perguntou se os índios existiam, ou seja, percebemos que há muita desinformação sobre a identidade cultural desses povos.
O texto nos trouxe a informação de que a grande maioria das tribos indígenas estão retomando sua cultura e o orgulho pela sua identidade, o que de fato é muito importante para o reavivamento das diversas culturas “O reconhecimento da cidadania indígena brasileira e, conseqüentemente, a valorização das culturas indígenas possibilitaram uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Brasil. Ser índio transformou-se em sinônimo de orgulho identitário.”( Gersen dos Santos Luciano – Baniwa)
É preciso que não tenhamos preconceitos e que sejamos abertos para conhecermos essas culturas tão diversificadas para podermos desmistificar esse povo e possamos enxergá-los como enxergamos qualquer outro povo, com suas características específicas, diferentes das nossas.
Enquanto professores, precisamos abrir espaço para discutir sobre essa temática em sala de aula, possibilitar entre os alunos a troca de conhecimentos e trazer novas informações sobre a cultura desses povos, ou melhor, as culturas, pois são muitas as influências em nosso modo de viver que vieram dos povos indígenas e para que possamos conhecer a nossa identidade,é necessário saber como esta foi construída.

Adorno...

Lendo o texto de Adorno, penso em como ele é atual, o que vemos hoje é exatamente o que está escrito neste ensaio.
Podemos ver todos os dias nos jornais de todo o mundo fatos de barbárie, que chocam pela crueldade, sejam casos isolados ou verdadeiros genocídios, como os que vemos nas guerras da atualidade. A educação formal, que recebemos na escola, tem sim importância na construção dos cidadãos, no caráter dos indivíduos, mas penso que a base está na educação que recebemos na família.
A criança precisa sentir-se amada, valorizada, importante e o que vemos atualmente é uma desestruturação das famílias e de seus valores. Não falo apenas na desestruturação dos personagens de uma família, mas das funções que esta entidade exercia, proteger, amar e educar as suas crianças.
A realidade que temos em nossas salas de aula é de crianças , na sua grande maioria, com famílias que não passam mais valores, os pais não impõem limites aos seus filhos, pensam demonstrar carinho mimando essas crianças, quando, na verdade estão criando indivíduos egoístas. Os pais pensam mais em si que nos filhos, não lhes dando atenção, não os escutando e também não lhes ensinando ou dizendo nada, lhes dão vários brinquedos para que estes não os perturbem, deixam assistir a tudo o que querem na tv, jogar todos os jogos de vídeo game, acessar a todos os sites, sem filtrar, sem delimitar o que pode e não pode, ainda por cima, quando tentam “corrigir” essa criança, o fazem com “pancadas”, pior ainda são os pais que violentam suas crianças, enfim, nas escolas vemos crianças que só agridem aos outros, não cuidam do material, da escola, não sabem brincar, não se concentram, não tem objetivos. Penso que a escola é de fundamental importância para reverter esse quadro, pois se conseguir conscientizar esses alunos, que um dia serão pais, poderemos ter uma nova sociedade. Enquanto professores, temos o papel de mostrar para os alunos as diversas possibilidades e conscientizá-los para as conseqüências de todo ato , mostrando que é possível escolher um novo caminho. Isso pode ser trabalhado desde cedo com os pequenos, através das brincadeiras, dos jogos, das expressões artísticas e literárias, enfim, possibilitar que a criança, desde cedo, possa recriar seu mundo, para que um dia seja capaz de pensar sobre a sua realidade e transformá-la, afinal, isso que dá sentido a vida, a possibilidade de um mundo melhor.

A inclusão é possível.

Lendo o texto de Cláudio Baptista (Entre Edifícios e Tendas), percebi que estamos vivendo um momento importante, pois o debate do tema inclusão está fazendo com que todos nos questionemos sobre o assunto. A educação, no Brasil ainda está muito arraigada no pressuposto Empirista, onde o aluno é considerado folha de papel em branco que o professor tem a tarefa de preencher, sendo ele o detentor de conhecimento, nessa idéia o professor é quem ensina e o aluno o que aprende. A partir das discussões que vem sendo feitas por educadores, através do estudo das idéias de vários escritores, como Paulo Freire, por exemplo, está sendo construída, ainda que lentamente, uma nova concepção do papel da educação na escola. Nesse novo pensamento do que é fazer educação, encontra-se também a discussão da inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Porém, para que aconteça uma inclusão verdadeira, onde indivíduos com necessidades especiais sejam atendidos nas escolas regulares com as mesmas oportunidades que todas as outras crianças, é preciso que aconteça uma reestruturação muito importante, não somente nos espaços físicos, mas principalmente no modo de pensar dos educadores e da sociedade em geral. É preciso entender a educação como uma construção onde a troca é fundamental. O aluno aprende a partir do confronto de suas concepções/percepções com novos conhecimentos, surgindo daí uma nova visão. Para a educação inclusiva é necessário que o professor seja capaz de enxergar a diversidade e de planejar sua aula a partir disto, assim, deve ser flexível e estar aberto para novas idéias, para que consiga propiciar a todos os alunos a troca, de idéias e visões, de experiências e assim oportunizar a construção de conhecimento. Nessa nova perspectiva de educação, é necessário enxergar cada aluno em especial e planejar com flexibilidade para que seja construído um ambiente onde todos os indivíduos envolvidos no processo educativo sejam autores e não meros expectadores. Cláudio Batista usa uma metáfora para ilustrar a educação atual com a pretendida e necessária. Compara a educação atual com edifícios, rígidos e imutáveis e propões uma educação que se compara a tendas leves e passíveis de mudanças de acordo com as necessidades. “As tendas são mais leves e suas paredes de tecidos permitem a passagem da luz e do vento; podem ser desarmadas e transportadas para locais distantes, acompanhando o per(curso) dos interessados; montam-se de maneiras variadas, permitindo a negociação que transforma os modelos de ação, os locais escolhidos e os modelos destinados. Vale lembrar que a tenda pode ser um objeto complexo, apesar da simplicidade do seu desenho físico: as hastes devem ser flexíveis, mas resistentes; o tecido deve suportar as intempéries, sendo leve durante o transporte;a base deve ser macia, mas não pode deixar que passem a umidade e possíveis invasores”

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Desenvolvimento da moralidade

Lendo o texto de Jaqueline Picetti, pensei em várias situações de sala de aula. Trabalho com um segundo ano, como já relatei em outras atividades, meus alunos tem entre sete e oito anos, com exceção de um, com quatorze e portador de síndrome de Down. Penso que como todo aprendizado, existe uma interação com o que já se conhece e os novos conhecimentos, que resultará numa nova maneira de entender, assim também a noção da moralidade é construída. Os conflitos que observo na minha turma são sempre muito parecidos. Exemplos: um aluno bate o braço, sem querer, no colega e este borra o que estava escrevendo, este por sua vez risca o caderno do outro colega, que revida riscando novamente o caderno ou jogando algum material longe. Outra situação: Na fila um colega esbarra em outro, sem intenção, este devolve o empurrão, o outro, então revida batendo. Ao conversar com esses alunos, percebo que eles nunca conseguem perceber o que eles mesmos fizeram, sempre culpam aos outros. Penso que estas atitudes demonstram bem a fase de desenvolvimento em que as crianças estão, onde o egocentrismo ainda está presente. Tenho um aluno que, pelo que percebo, tem uma família bastante desestruturada, tem irmãos que estão em instituições de reabilitação de menores, os pais estão separados e pelo seu comportamento agressivo, percebe-se que provavelmente não demonstram amor pelo seu filho, além disso, desde o início do ano letivo não compareceram nenhuma vez para conversar com a professora, demonstrando o pouco interesse que tem pelo filho. Este aluno, muitas vezes agride os colegas, tanto fisicamente quanto verbalmente, provavelmente porque ele entende que este é o jeito de fazer justiça em qualquer situação. Penso que a criança constrói sua moralidade observando as situações ao seu redor, se este aluno vê seus pais resolvendo tudo na base da violência, provavelmente vai entender que este é o único meio para solucionar os problemas. Todas as crianças passam pelas mesmas fases, porém o meio onde são criadas também influencia no modo como entendem e constroem suas visões, seus entendimentos de como funciona a sociedade,
Penso que a escola deve proporcionar momentos de debate nas salas de aula para pensar nas atitudes de cada um e nas suas conseqüências, oportunizando a discussão de novas maneiras de resolver esses conflitos, para que se eduque para a paz, para a tolerância e com o sentimento de que aquilo que não se quer pra si, não se faz aos outros.