quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A Escola e as diferenças...

Lendo o texto de Marilene Leal Paré, me senti bastante comovida, pensando em todas as injustiças cometidas contra o povo afro-descendente e as conseqüências que até hoje estão impregnadas na sociedade, através do racismo e dos preconceitos
Minha escola só vai até o quinto ano do ensino fundamental, séries iniciais, portanto, situações de violência em conseqüência de diferença racial , existem, porém é necessário estar muito atenta, pois não são tão perceptíveis e podem passar desapercebidas. Como já narrei em outra atividade, quando realizei em minha sala de aula uma atividade onde os alunos teriam que recortar uma foto de revista de alguém que eles se achassem parecidos, muitos alunos que podem ser considerados pardos recortavam figuras de pessoas loiras o que demonstra bem a visão que eles (as crianças) já tem sobre as etnias raciais,ou seja, querem se parecer com as pessoas brancas, não aceitando a sua cor, mostrando a baixa auto-estima em relação a sua etnia. O professor precisa estar bastante atento para esses acontecimentos, também para situações de discriminação pela cor da pele.
É preciso avaliar como anda a auto-imagem dos alunos afro-descendentes e a imagem que os outros alunos tem deste grupo étnico para traçar linhas de ação, como, debates a partir de situações, histórias, reportagens envolvendo o tema, proporcionar a descoberta da beleza desta cultura e para isso é necessário que o professor esteja bem informado, afinal conhecemos pouco e fomos criados de uma maneira a enfatizar as diferenças de um modo preconceituoso, para isso é necessário despir-se de preconceitos arraigados e buscar novos conhecimentos, para poder, então, explorar as muitas possibilidades de trabalhar com a cultura afro-brasileira .
A escola deve ser um lugar possibilitador desse debate, levando os alunos a refletir sobre as diferenças existentes entre todas as etnias e como cada uma delas tem sua beleza e contribuição para a mistura cultural brasileira, observar a música, a culinária, as lendas, os costumes, enfim, perceber que nossa cultura foi muito influenciada pela cultura afro e que por isso não podemos rejeitá-la e sim conhecê-la, respeitá-la e assim admirá-la.
Penso que nas questões de agressões em função da cor da pele, o professor precisa usar o bom senso para poder abordar o assunto e mostrar para ambas as partes, tanto os alunos que estão sendo ofendidos, quanto os alunos que ofendem, discriminam, que não há nada de errado em ser diferente, que todos somos diferentes e que o errado é excluir alguém por causa disso.
O debate sobre este tema ainda é muito recente neste país, pelo menos de uma forma tão aberta, mas, penso que se todos nos engajarmos em construir uma escola que seja possível pensar sobre as várias diferenças e que se possa perceber a beleza de todas elas, poderemos observar muitas mudanças num futuro próximo.

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