Lendo o texto de Jaqueline Picetti, pensei em várias situações de sala de aula. Trabalho com um segundo ano, como já relatei em outras atividades, meus alunos tem entre sete e oito anos, com exceção de um, com quatorze e portador de síndrome de Down. Penso que como todo aprendizado, existe uma interação com o que já se conhece e os novos conhecimentos, que resultará numa nova maneira de entender, assim também a noção da moralidade é construída. Os conflitos que observo na minha turma são sempre muito parecidos. Exemplos: um aluno bate o braço, sem querer, no colega e este borra o que estava escrevendo, este por sua vez risca o caderno do outro colega, que revida riscando novamente o caderno ou jogando algum material longe. Outra situação: Na fila um colega esbarra em outro, sem intenção, este devolve o empurrão, o outro, então revida batendo. Ao conversar com esses alunos, percebo que eles nunca conseguem perceber o que eles mesmos fizeram, sempre culpam aos outros. Penso que estas atitudes demonstram bem a fase de desenvolvimento em que as crianças estão, onde o egocentrismo ainda está presente. Tenho um aluno que, pelo que percebo, tem uma família bastante desestruturada, tem irmãos que estão em instituições de reabilitação de menores, os pais estão separados e pelo seu comportamento agressivo, percebe-se que provavelmente não demonstram amor pelo seu filho, além disso, desde o início do ano letivo não compareceram nenhuma vez para conversar com a professora, demonstrando o pouco interesse que tem pelo filho. Este aluno, muitas vezes agride os colegas, tanto fisicamente quanto verbalmente, provavelmente porque ele entende que este é o jeito de fazer justiça em qualquer situação. Penso que a criança constrói sua moralidade observando as situações ao seu redor, se este aluno vê seus pais resolvendo tudo na base da violência, provavelmente vai entender que este é o único meio para solucionar os problemas. Todas as crianças passam pelas mesmas fases, porém o meio onde são criadas também influencia no modo como entendem e constroem suas visões, seus entendimentos de como funciona a sociedade,
Penso que a escola deve proporcionar momentos de debate nas salas de aula para pensar nas atitudes de cada um e nas suas conseqüências, oportunizando a discussão de novas maneiras de resolver esses conflitos, para que se eduque para a paz, para a tolerância e com o sentimento de que aquilo que não se quer pra si, não se faz aos outros.
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