terça-feira, 4 de agosto de 2009

A inclusão é possível.

Lendo o texto de Cláudio Baptista (Entre Edifícios e Tendas), percebi que estamos vivendo um momento importante, pois o debate do tema inclusão está fazendo com que todos nos questionemos sobre o assunto. A educação, no Brasil ainda está muito arraigada no pressuposto Empirista, onde o aluno é considerado folha de papel em branco que o professor tem a tarefa de preencher, sendo ele o detentor de conhecimento, nessa idéia o professor é quem ensina e o aluno o que aprende. A partir das discussões que vem sendo feitas por educadores, através do estudo das idéias de vários escritores, como Paulo Freire, por exemplo, está sendo construída, ainda que lentamente, uma nova concepção do papel da educação na escola. Nesse novo pensamento do que é fazer educação, encontra-se também a discussão da inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais na rede regular de ensino. Porém, para que aconteça uma inclusão verdadeira, onde indivíduos com necessidades especiais sejam atendidos nas escolas regulares com as mesmas oportunidades que todas as outras crianças, é preciso que aconteça uma reestruturação muito importante, não somente nos espaços físicos, mas principalmente no modo de pensar dos educadores e da sociedade em geral. É preciso entender a educação como uma construção onde a troca é fundamental. O aluno aprende a partir do confronto de suas concepções/percepções com novos conhecimentos, surgindo daí uma nova visão. Para a educação inclusiva é necessário que o professor seja capaz de enxergar a diversidade e de planejar sua aula a partir disto, assim, deve ser flexível e estar aberto para novas idéias, para que consiga propiciar a todos os alunos a troca, de idéias e visões, de experiências e assim oportunizar a construção de conhecimento. Nessa nova perspectiva de educação, é necessário enxergar cada aluno em especial e planejar com flexibilidade para que seja construído um ambiente onde todos os indivíduos envolvidos no processo educativo sejam autores e não meros expectadores. Cláudio Batista usa uma metáfora para ilustrar a educação atual com a pretendida e necessária. Compara a educação atual com edifícios, rígidos e imutáveis e propões uma educação que se compara a tendas leves e passíveis de mudanças de acordo com as necessidades. “As tendas são mais leves e suas paredes de tecidos permitem a passagem da luz e do vento; podem ser desarmadas e transportadas para locais distantes, acompanhando o per(curso) dos interessados; montam-se de maneiras variadas, permitindo a negociação que transforma os modelos de ação, os locais escolhidos e os modelos destinados. Vale lembrar que a tenda pode ser um objeto complexo, apesar da simplicidade do seu desenho físico: as hastes devem ser flexíveis, mas resistentes; o tecido deve suportar as intempéries, sendo leve durante o transporte;a base deve ser macia, mas não pode deixar que passem a umidade e possíveis invasores”

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