Infelizmente ainda existem poucas pessoas surdas trabalhando em escolas, como foi visto e a grande maioria dos professores ouvintes não possui conhecimento em LIBRAS, assim, percebemos que as escolas ainda não estão realmente preparadas para receberem alunos surdos, com condições de oferecer as mesmas oportunidades que aos alunos ouvintes.
Em algumas escolas públicas existem intérpretes, o que é muito bom, pois assim os alunos surdos tem condições de “acompanhar” as aulas e de ter alguma interação com o grupo, porém, penso que apenas esse recurso não traz possibilidades de reais trocas e de desenvolvimento para o aluno surdo. Seria interessante que ele pudesse conviver de maneira mais livre sem depender de alguém para se comunicar. Deveriam existir mais professores surdos nas escolas, pois seriam tidos como referências para os alunos perceberem que podem chegar aonde quiserem, além disso a escola deveria oferecer atividades que promovessem encontros de surdos, para que estes pudessem exercer o convívio com a comunidade surda, conhecer sua cultura própria e poder aprimorar sua língua, a LIBRAS. Penso que seria interessante se a LIBRAS fosse oferecida nas escolas como opção de uma segunda língua para os alunos ouvintes, inclusive o alfabeto em libras deveria ser ensinado desde cedo para as crianças, do mesmo modo que para os alunos surdos o Português aparece como segunda língua.
Trabalho em uma escola pública estadual e percebo que as escolas estaduais são as que menos oferecem recursos extras para facilitar a aprendizagem, não apenas para alunos surdos, ou de inclusão, mas para todos os alunos. Há uns 5 anos atrás uma menina surda foi aceita em nossa escola, na quarta série do ensino fundamental, a professora que era ouvinte, não tinha intérprete e não dominava LIBRAS, a menina conseguia entender a aula porque já sabia ler e escrever e porque conseguia decifrar o que falavam (algumas coisas) através da leitura dos lábios (oralismo), imagino como não era frustrante para essa menina não poder se comunicar com seus colegas e também angustiante para a professora, por se sentir de mãos amarradas.
Os professores necessitam obter mais conhecimento sobre a identidade surda, sua história e sua língua para que possam trabalhar de uma forma que respeite as diferenças, proporcionando condições para que todos tenham as mesmas oportunidades.
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
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