sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Filme Menino Selvagem

Assistindo ao filme, "O menino Selvagem" pude fazer várias ligações com as condições de uma criança surda, quando chega numa escola regular. Esta criança vive no seu mundo, de certa forma, pois dentro da sua família, as configurações são diferentes da escola. Quando esta criança chega na escola, ela se sentirá insegura e vai reagir da sua maneira, do jeito que pode se comunicar e quem estiver ao seu redor, o professor, principalmente, precisa ter muito tato, para chegar nessa criança e aos poucos criar uma relação com ela, de confiança, carinho e entendimento. No caso do filme a situação era extrema, pois se tratava de uma criança selvagem, que não tinha nenhum hábito da civilização de sua época, além disso naquela época ainda não existiam todos os conhecimentos que existem hoje. Pensando numa situação atual, podemos imaginar que uma criança que chega em nossa sala de aula, vai sentir-se perdida, pois terá que interagir com um mundo que não conhece, terá que aprender regras de convívio que muitas vezes não está habituada.
No filme, o professor Itard e a governanta, demonstraram muita dedicação e carinho com o menino, mesmo com a incredibilidade de muitos e com seu próprio desânimo, muitas vezes demonstrado, ele superou e perseverou no seu objetivo, acreditando que todo ser humano tem condições de aprender, se forem oferecidas oportunidades, dessa forma, no seu ritmo, o menino foi mostrando progressos e respondendo a estímulos.
Dessa mesma forma, muitas vezes temos alunos que precisam de nossa dedicação extrema, pois por vários motivos necessitam de mais estímulos para conseguirem relacionar a sua realidade com o mundo, entenderem sua inserção na sociedade, não apenas alunos surdos, que é o caso que tratamos aqui.
A maneira como o professor Itard “trabalhou” com o menino, me chamou atenção, claro que ele não acertou sempre, mas as técnicas que utilizava eram sempre pensadas a partir do entendimento de que ele precisava de formas diferentes para chegar naquela criança, ou seja, ele percebia que para que aquele menino aprendesse seria preciso maneiras diferentes das tradicionais daquela época. E nas vezes que seus procedimentos não “saíam” como o esperado, ele usava isso para reavaliar seu trabalho e pensar em outras maneiras de agir.
No geral, o filme nos faz refletir em como a visão que se tinha sobre os sujeitos surdos mudou, claro que ainda existe preconceito e muita desinformação por parte da sociedade, mas aos poucos essas limitações estão sendo vencidas e com o tempo, talvez, teremos uma sociedade onde todos sejam igualmente respeitados, tendo as mesmas oportunidades, com os mesmos direitos assegurados e podendo exercer a cidadania com consciência.

Nenhum comentário: